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Sintra e a “Fala dos Pássaros” – Por Vitor Manuel Adrião

27 Sábado Dez 2014

Posted by vitoradriao in Posts

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Alfabeto Assúrico, D. Fernando, Dhâranâ, Fala dos Pássaros, JHS, Língua Vatan, Palácio da Pena, Sintra, Sultão D. Manuel, Teurgia

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Em diversas tradições fala-se frequentemente de uma linguagem misteriosa chamada “linguagem dos pássaros” ou “fala das aves”, designação evidentemente simbólica de algo mais mais elevado ou transcendente, pois a importância atribuída a ela, como prerrogativa de uma elevada Iniciação, não permite que seja tomada de forma literal no aspecto imediato. É óbvio que as aves não falam… mas também é óbvio que esse designativo tem algo de mais profundo. Tanto assim é que se lê ainda no Alcorão: “E Salomão foi o herdeiro de David; e disse: Ó homens, temos sido instruídos na linguagem dos pássaros (ullimna mantiqat-tayri) e cumulados de todas as coisas…” (surata XXVII, sura 15). Por outro lado, vê-se que os heróis vencedores do dragão, como Siefried na lenda nórdica, compreendem também a linguagem dos pássaros, o que permite interpretar facilmente o simbolismo em questão. De facto, a vitória sobre o dragão tem por consequência imediata a conquista da Imortalidade, representada por alguma virgem donzela ou por algum tesouro fabuloso que o dragão defendia da aproximação de algum paladino ou cid disposto a combatê-lo e triunfar da Tarasca, ou seja, a matar a besta bramadora, esse mesmo Tritão, Adamastor ou Mostrengo que um qualquer São Jorge lusitano dobrará, conquistando o Tesouro da Imortalidade, a Donzela Sempre Virgem.

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Talvez resida nisso o propósito velado de substituir, conforme uma descrição de 1848, o Cavaleiro S. Jorge pelo Tritão no Palácio da Pena de Sintra, passando a ocupar o lugar daquele que, incarnado em todo o paladino da Serra Sagrada, haverá de volver do Morro do Trigante para o destronar e reocupar o seu legítimo lugar nesse mesmo “Palácio do Rei do Mundo”.

Essa conquista da Imortalidade implica essencialmente a reintegração do Homem no seu estado primevo de Consciência Superior, que é dizer, na Individualidade Espiritual, com a qual passa a comunicar directamente por na mesma comungar permanentemente na mais excelsa metástase Avatárica, onde o Divino e o Humano são Um na mais perfeita das uniões. Tal comunicação é representada pelo entendimento da Fala dos Pássaros, de cujo domínio não era alheio São Francisco de Assis, por exemplo. De facto, os pássaros são frequentemente tomados como simbólicos dos Anjos, isto é, da Onda de Vida que expressa precisamente os estados superiores do Quinto Reino Espiritual, imediatamente ulterior ao Quarto da Humanidade.

Nesse sentido, vê-se na parábola evangélica os “pássaros do céu” vindo pousar nos ramos da árvore, a mesma Árvore Bodhi, ou seja, a da “Inspiração” superior externa provinda dos altos Céus ao Homem, que é dizer, dos Anjos ao seu ouvinte. Mas também Árvore Budhi, a da “Intuição” superior interna manifestada desde o Espírito Divino à pessoa mortal. Essa é a Fons Vitae, a da Sabedoria Divina que tanto vale por Teosofia, sendo também a Árvore das Hespérides como representação do canal espinhal etéreo do Homem animando os pomos d’ouro ou “centros vitais” (chakras) desde o cóccix ao alto da cabeça, ligando entre si os diversos estados de consciência do mais denso físico ao mais subtil espiritual.

Tanto assim será que as sete diferentes etapas na Via Mística são simbolizadas pelo sufi Attar, no seu célebre poema intitulado A Linguagem dos Pássaros, por “sete vales”: o primeiro, é o da busca (talab); o segundo, o do amor (eshg); o terceiro, o do conhecimento (ma’rifat); o quarto, o da independência (istigna); o quinto, o da unidade (tawhid); o sexto, o do maravilhamento (hayrat); e o sétimo, o do desenlace (faqr) e o da morte mística (fana). – In Henri Corbin, L’homme de lumière dans le soufisme iranien. Paris, 1961.

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Observa-se, assim, no simbolismo medieval do Peridexion (corruptela de Paradision), pássaros sobre os ramos da árvore e o dragão, como guardião do umbral, a seu pé. Num estudo sobre o simbolismo do “pássaro do paraíso” (in Le Rayonnement intellectuel, Maio-Junho, 1930), L. Charbonneau-Lassay reproduziu uma escultura em que esse pássaro está figurado apenas pela cabeça e asas, forma sob a qual os Anjos, particularmente os Querubins ou Cherub, que em hebraico significa “Tesouro”, por extenso “Guardiões do Tesouro”, são muitas vezes representados. – Cf. René Guénon, Os Símbolos da Ciência Sagrada. Editora “O Pensamento”, São Paulo, 1984.

No texto do Alcorão reproduzido no cabeçalho deste estudo, o termo eç-çâffati designa literalmente “os pássaros”, mas é aplicado simbolicamente aos Anjos (el-malaïkah). Já a palavra çâff (“fila, ordem”) está na origem dos termos Çufi (Sufi) e Taçawwuf (Sufista), algo equivalente aos ocidentais Rosacruz e Rosacruciano.

Assim, sou reconduzido ao que disse inicialmente sobre a “Fala dos Pássaros”, que também poderei chamar “Fala dos Anjos” (Senzar – a Fala Búdhica ou Voz da Intuição, a Fillia Vocis, esta muito mais atrevida que a inteligência…), cuja imagem ou expressão no Mundo Humano é a linguagem ritmada (saída da Gematria ou Cabala Fonética, como ciência das comutações e combinações das letras, palavras e números, o que está simbolizado no papagaio – ou “Papa-Gaia” ou “Ghea”, a Terra, ou seja, a conquista do entendimento subtil do mundo, ave palradora essa que se vê pintada nos ladrilhos do soalho da “sala de caça” do Palácio da Regaleira de Sintra), pois é na “ciência do ritmo” (Rajas), a qual comporta múltiplas aplicações fonéticas como verbo em acção, que se baseiam definitivamente todos os métodos que possam ser activados para estabelecer a comunicação com a Tríade Espiritual, representada pelo Mundo Angélico, Hierarquia esta que se expressa por símbolos, cores e perfumes.

Será por isso que uma tradição islâmica diz que Adão, no Paraíso Terrestre, falava em versos, isto é, em linguagem ritmada. Trata-se da “linguagem siríaca” (loghah sûryâniyah), devendo ser vista como tradução directa da “Língua Solar” ou “Angélica” (Purushica, “Espiritual”) na consciência humana. Por isso, os Livros Sagrados são escritos em linguagem ritmada, o que os torna completamente diferentes de simples “poemas”, no sentido profano do termo como o quer o preconceito antitradicional dos “críticos” modernos. Aliás, a poesia não era, na origem, essa vã “literatura” que surgiu da degradação que se explica pela marcha descendente do Ciclo Humano (Pravriti-Marga) e maior afastamento do Princípio Divino, e tinha um carácter verdadeiramente sagrado. A propósito, recordo aqui o que escrevi antes sobre o assunto (in Autores Lourenhos. Loures, 1995):

“Pela lucerna aberta escorre para o fontanário a água, “fogo líquido” vital à sobrevivência de quanto existe sobre a Terra. Pela lucerna ou candeia os antigos greco-romanos alumiavam o caminho adiante de si na descida aos crípticos hipogeus onde a Poesia era musa sagrada.

“Por seu sentido de luz, de alumiar, o nome Lucerna ou Lucena foi conectado pelos primitivos lácios a Lúcifer, pelos helénicos a Fósforos, pelos latinistas tardios a Vénus, Estrela d’Alva, enfim, àquele “Portador do Facho do Mental” com que alumiou a Razão da Humanidade; Fogo Prometaico arrebatado aos Deuses por amor dos homens…

“Assim, Lucena significa o “Portador da Luz”, esta Luz intuicional que, quando descida à mente, torna-se Poesia Épica ou então Sacra, e, quando volvida à mesma intuição, revela-se como Feminino Poético ou Saudade.”

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Vestígios do que acabo de dizer poderão ser encontrados na Antiguidade Clássica ocidental, quando a Poesia era ainda denominada “Língua dos Deuses”, isto é, dos Anjos como representação da Consciência Espiritual.

Em latim, os versos eram denominados carmina, designativo referindo-se à sua utilização no cumprimento dos ritos; a palavra carmen é idêntica à sânscrita carma, aqui tomada no sentido de “acção ritual” ou “rítmica”. A própria palavra poesia deriva igualmente do verbo grego poiein, com o mesmo significado da raiz sânscrita kri, donde provém carma, e que se encontra no verbo latino creare, entendido em sua acepção primitiva. Desta maneira, o poeta, intérprete da “Língua Sagrada”, através da qual transparece o Verbo Divino (Filia Vocis), era o vate, termo caracterizando-o como dotado de inspiração profética a qual é, diz a Tradição, o maior Dom do Espírito Santo ao Homem que Dele se torna “porta-voz” ou “professante” (profeta).

Se o domínio da “Fala dos Pássaros” significa o retorno do Homem ao Paraíso Original, com a consequente integração no Quinto Reino Angélico ou Espiritual, e se o “Paraíso Terreal”, parafraseando Gil Vicente, é no Ocidente da Europa representado em Sintra (Al-Shantara), vê-se então no Parque da Pena tanto a significativa lucerna quanto os oito passarinhos ordenados (çâff) no beiral interior da Fonte “Caábica” que lhes leva o nome, por cima do Jardim da Torre dos Lagos, representação edénica do Reino de Agharta (a Paradhesa) que D. Fernando II de Saxe-Coburgo Gotha (Viena de Áustria, 29.10.1816 – Lisboa, 15.12.1885) aqui reconstituiu paisagística e monumentalmente com grande mestria, inspirado nas tradições medievais referentes ao Santo Graal. É assim que a tradição islâmica do Al-Hajarul Aswad – a pedra negra, talvez meteórica, guardada na Ka´aba no centro da mesquita grande ou de Masjid Al-Haram em Meca, que se diz ter sido entregue pelo Arcanjo Gabriel (Jîbrail) ao Patriarca Abraão – encontra eco pleno nesta Fonte dos Passarinhos sintrã, aliás, patenteando o símbolo maior do Islão nas suas grades, e onde a “pedra negra” é aqui sinónima de Tradição Primordial representada nas aves que cantam nas ramagens verdejantes e voam céus adentro.

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O uso da escrita arábica, siríaca ou solar, em legenda debruando o exterior da cúpula da Fonte dos Passarinhos, afirmando-se por ela o monarca como Sultão e continuador da obra expansora de D. Manuel I o Venturoso, parecendo menos um devaneio romântico de D. Fernando e mais uma intencionalidade esotérica ou velada, talvez incorporando em si o paradigma do Avatara, Messias ou Venturoso Emmanuel da Tradição Lusófica ao tomar por centro charneiro Sintra, que aliás ele quis “Capital Espiritual da Europa”, aponta-o como um desses Insignes Homens Representativos da Irmandade dos Mouros, Mórias, Maurus, Marus, Marizes… Irmandade assinalada simbolicamente pelos cisnes brancos vogando nos lagos próximos, os quais igualmente designam o Divino Amor-Sabedoria.

Assim reza a tradução da inscrição árabe na Fonte dos Passarinhos:

“O Sultão D. Manuel construiu esta capela bendita em nome de Nossa Senhora Maria da Pena, no ano de 1503, em comemoração do salvo regresso de D. Vasco da Gama do descobrimento das terras e países que encontrou, isto é, o Cabo da Boa Esperança, a Índia e outros. Pois Sua Alteza o Sultão D. Fernando Segundo, marido de Sua Majestade D. Maria II, construiu desta maneira em muita magnificência real no ano de 1840.”

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Que D. Fernando II dominava a gematria da “Fala dos Pássaros”, isto é, que era um Rei Iluminado, é facto patente, não só nessa Fonte dos Passarinhos mas também em alguns dos vitrais da sala dos embaixadores (depois sala do bilhar) do seu Palácio da Penha (vulgo Pena), que mandou fabricar na Alemanha em 1852, motivo de análise acurada de Nuno Miguel Gaspar que não se escusa a apodar com justeza D. Fernando de “rei secreto” (in Os vitrais do Palácio da Pena e a colecção de D. Fernando II: contributos para o seu estudo. Universidade de Lisboa / Faculdade de Letras, 2011). Neles vêem-se, por exemplo: num, dois anjos sobre quatro pássaros; noutro, um cavaleiro dirigindo-se para uma dama tendo acima e abaixo pássaros; noutro ainda, o imperador Frederico I, da Alemanha, sentado junto de uma árvore ouvindo o chilrear dos pássaros numa gaiola, isto é, apreendendo a sua linguagem. Vê-se também Anjos empunhando escudos com Escrita Angélica, Vatânica (materialização da espiritual Senzar) ou Jina (cf. Fred Gettings, Dictionary of Occult, Hermetic and Alchemical Sigils. Routledge & Kegan Paul Ltda, London, 1981), de que reproduzo alguns exemplares aí patentes:

esquema-11[1]

O conjunto significa “IBÉRIA” ou “IBERICUS”, mas também “JAKIM-BOHAZ”, tendo ao centro o CHAKRA-VARTIN como “Senhor da 4.ª Ronda” (assinalada na Cruz Swástika do segundo espécime, representativa do Pramantha ou “Ciclo de Manifestação Universal”, o 4.º em que todos estamos), assim valendo por “Senhor do Mundo” – MELKI-TSEDEK.

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Por cima desse conjunto e num outro vitral, vê-se a Coroa Imperial encimada pela Rosacruz (Çufî), grau hierárquico maçónico do Rito Adonhiramita possuído por D. Fernando II, simultaneamente sendo o emblema tanto da Pedra Filosofal como do Homem Cósmico: Adam-Kadmon, o Segundo Logos em manifestação no Terceiro, o que equivale ao Espírito Santo sob cuja égide Sintra está.

Em outro vitral, encontra-se:

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Significa “HERMES, o Mental, o Mercúrio Filosófico”, o Mare Nostrum da Alquimia Lusitana. Abaixo dele vê-se o “Ancião dos Dias”, o Logos Planetário, e no vitral imediatamente inferior:

esquema-3[1]

Significa “ENXOFRE, o Espírito Filosófico”, e igualmente “VISVANKARMAN, o GRANDE ARQUITECTO DO UNIVERSO”, afinal e mais uma vez, o Logos Planetário ou Deus da Terra em Seu Terceiro Aspecto de Actividade Inteligente.

Noutro ainda, para terminar e ficando imensos por assinalar, uma rã como prolongamento do hieróglifo vatânico de ROTA, e ao lado a estrela designativa da Iluminação e da Cavalaria Espiritual, esta a ORDEM DO SANTO Graal, da qual o Rito do Adonhiramita (praticado por D. Fernando possuidor do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceite no Grande Oriente Lusitano) se acerca em vários aspectos, pelas suas características bíblicas e rosacrucianas. Não deixo de reparar em três outros vitrais da mesma colecção: num, uma rainha ordenando um cavaleiro, testemunho de Iniciação Senhorial ou Mariana afim à Arte Guerreira ou Kshatriya da Cavalaria; noutro, três cavaleiros jurando com as mãos postas sobre a espada cravada no solo, qual “excalibur” ou “caliburne”,aqui identificado à terra sagrada da Montanha de Sintra, sendo esses guerreiros anónimos na noite jurada os mesmos Kshatriyas ou “Jinas da Arca” ou Agharta de quem são “escudos defensivos”; finalmente, vê-se num terceiro vitral a corte de Cavalaria entrando entrando em uma cidade – que poderá transpor-se figurativamente para a mesma Sintra – com a Taça do Santo Graal em destaque, levantada por um cavaleiro destacado no alto de uma torre (a Turris Fidelis, na ladainha mariana sendo a Turris Davídica).

vitrais-1[1]

Enfim, tal como também se encontram sinais da “Fala dos Pássaros” na simbologia esotérica (de cariz gnóstico cristão) decorativa da Quinta da Torre ou da Regaleira de Sintra, da autoria do Dr. António Augusto Carvalho Monteiro, igualmente encontra-se a sua expressão intelectual ou racional na Cabala Fonética ilustrativa dos cruzeiros cabalísticos do Reguengo da Carvoeira, no concelho de Mafra.

Tal como a “Fala dos Pássaros” ou “dos Anjos” tem a ver com a Língua Budhi ou da Intuição (o Divinus Intuitio como sexto sentido humano), tanto valendo por Senzar, o Verbum Mutis como “Língua Muda” ou do Silêncio Místico, pela qual os Anjos, Mestres e Iniciados se comunicam silenciosa ou “telepaticamente”, isto é, não por palavras mas por pensamentos, igualmente tem-se a sua expressão directa tanto no Siríaco como no Devanagari, que é a Fala dos Devas ou Anjos, logo a mesma coisa, como expressões exteriorizadas da sua síntese na Terra utilizada nos Excelsos Templos do Mundo de Agharta: a Língua Vatan ou Ígnea (portanto, Sátvica e Purushica, logo, Solar), a cujas formas geométricas (ponto, espiral, recta, em relação com os Reinos Subterrâneos de Badagas, Duat e Agharta) está especialmente ligado o Mantram Búdhico da Obra Divina do Mestre JHS (Professor Henrique José de Souza), que através dele foi oferecido ao Ocidente em 1948 pelo Dhyani Gabriel do Oriente (Srinagar):

“Senzar é minha vida,

vive em meu coração.

Porque viver em Dhâranâ

é buscar a Perfeição.”

A definição de Mantram é a seguinte: composição em que harmonia, melodia e ritmo estão combinados de acordo com as leis da Natureza. Já Dhâranâ significa: a intensa e perfeita concentração da mente em determinado objecto interno, com abstracção completa do mundo dos sentidos. Em suma: o sumo controle do pensamento.

O Professor Henrique José de Souza, no seu Livro do Loto (Carta-Revelação de 29.04.1951), ofereceu aos Discípulos avançados da sua Obra, os Munindras, a chave completa da Língua Vatan, por ele denominada de Alfabeto Assúrico ou Primordial, a partir dos caracteres do Alfabeto Português, para ser utilizada pelos mesmos nas suas correspondências privadas, tanto entre eles como sobretudo deles com o Mestre. Com efeito, JHS rectificou O Arqueómetro de Saint-Yves d´Alveydre (edição de 1934 por Dorbon Aïné, Paris), adiantando a sua Coluna J (António Castaño Ferreira) que “nem Papus ousou mexer no Arqueómetro de Saint-Yves” e que só um o podia fazer: o próprio Mestre JHS. Com efeito, adiantou o Mestre, a Escrita Assúrica representa uma forma velada de comunicação entre os Makaras e Assuras (Sacerdotes e Instrutores) que na sua época entronizavam-se no Sistema Geográfico Sul-Mineiro (Brasil) e no Sistema Geográfico Internacional, com destaque para o Sistema Geográfico Sintrense (Portugal), todos trabalhando na semeadura do Novo Pramantha ou Ciclo de Evolução Universal.

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Consequentemente, neste particular contexto tudo isso tem a ver com a Língua Portuguesa, considerada Língua Sagrada pelos Adeptos Perfeitos do Governo Oculto do Mundo (G.O.M.), sobretudo por aquele que se oculta oculto no pseudónimo Fra Diávolo, levando-me a reportar o que disse anteriormente (in História Oculta de Portugal, Madras Editora, São Paulo, 2000, e Sintra, Serra Sagrada (Capital Espiritual da Europa), Livros Dinapress, Lisboa, 2007):

A Fala de um Povo é a manifestação, em sons vocais conjugados pelo sopro e pela pausa, da Ideia original, arquetípica, a qual regula a sua expressão mental e consequente evolução. Trata-se, afinal, da Ideia-Raiz da Potência Logoidal dirigindo o Corpo Nacional e do qual a Língua, distinta das outras, vai fazer com que aqueles que a falam se agreguem num grupo populacional fonologicamente distinto, intercomunicando-se e desenvolvendo-se dentro dos padrões básicos estabelecidos pela sua Consciência Arquetípica, tendo por forma de manifestação visível o sopro e o som impulsionados pela expressão invisível: a ideia ou pensamento e o cérebro, logo, Verbum Mentis Facundus.

Raciocine-se sobre o fenómeno da linguagem; pense-se um pouco sobre o fenómeno da palavra. Alguém tem uma ideia, uma imagem lhe vem ao cérebro, os órgãos vocais são movimentados e pronuncia-se um som convencional. A vibração transmite-se pelo ar, atinge o ouvido de outro homem, dá-se uma série de fenómenos ainda não bem explicados e aquela vibração, aquele som é interpretado pelo outro homem com a mesma ideia que havia surgido no cérebro do primeiro. Pois bem, nas línguas consideradas sagradas, purushicas, ou seja, nas línguas primevas, havia uma correlação directa do som com o objecto, isto é, o som era a expressão sonora directa e consciente do objecto ou pensamento. Com o decorrer dos tempos e o avanço da Kali-Yuga, o Ciclo Férreo que ora se atravessa, as línguas foram-se deturpando, dessacralizando e assumindo uma condição prakritica de rompimento do arquétipo com o protótipo, ou seja, do pensamento com o som, e hoje em dia são raros os idiomas que ainda mantêm essa ligação. O Latim antigo, o Grego arcaico, o Sânscrito, o Tupi, o Português galaico e também o Hebraico primitivo, são alguns dos que ainda detêm algo desse poder. Daí a razão da Cabala, na sua vertente gemátrica de estudo do poder das letras do alfabeto hebraico. Combinam-se as letras desse alfabeto como se combinam os símbolos da Química e obtêm-se ideias e significados. Todos esses idiomas são oriundos do Vatan, da Língua Universal de Agharta, como Raiz Mental de todas as expressões fonéticas da face da Terra.

sintra-em-vatan[1]A Língua Portuguesa (com os seus 40.000 verbos) tem ainda muito desse Poder de Espírito Santo – Verbum Criator – pelo que se a pode considerar em seus fundamentos de Língua Sagrada, tanto mais que é uma fusão fonética e gramatical de diversas línguas de veneranda ancestralidade (fenício, grego, latim, hebraico, árabe, teutónico, bretão e galaico), pelo que é um Idioma sintético do universo falante assim revelando a natureza “ecuménica” própria à expressão evolucional que a posta no estado de solar ou flogística, portanto, sendo Língua Purushica ou Espiritual na sua relação não rompida de arquétipo com o protótipo, de objecto com a expressão.

António Telmo (in Gramática Secreta da Língua Portuguesa, Guimarães & Cª Editores, Lisboa, 1981) veio demonstrar magistralmente que a Língua Portuguesa é uma verdadeira Cabala Fonética, provando a sua estrutura sagrada e de que por ela se pode alcançar o mais verídico Conhecimento.

Por tudo isso, o insigne Professor Henrique José de Souza dizia que a Língua Portuguesa é o Idioma do Futuro, da vindoura Raça-Gémea Ibero-Ameríndia fixada já em Portugal e projectada no Brasil, na demanda de uma Nova Sociedade mais justa e perfeita para o Mundo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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