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Arcano Dezanove – Por Gabriel Marcos

22 Domingo Mar 2015

Posted by vitoradriao in Posts

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Arcano, Arcano XIX, Arcano XVIII, pura Luz, Sol Espiritual, Sol Místico

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Corresponde à letra KOPH do alfabeto hebraico.

Nome segundo a interpretação vulgar: O SOL.

Nome segundo a interpretação de São Germano: A LUZ RESPLANDECENTE. A REALEZA.

Nome segundo a interpretação de Cagliostro: A FELICIDADE. A INSPIRAÇÃO.

Nome segundo a interpretação do Anjo da Palavra: EQUILÍBRIO DO ANDRÓGINO NO APRISIONAMENTO DA LIBERTAÇÃO (LIBERDADE CONDICIONAL).

Dizem os Mestres de Amor-Sabedoria que os discípulos são postos à prova para que neles manifestem-se todas as suas virtudes e vicissitudes escondidas, podendo durante esse período de provação real duvidar de tudo e de todos, a começar por eles mesmos e a acabar nos próprios Mestres… assim mesmo vigiando de longe, encobertamente, os seus passos. Se a natureza espiritual (sátvica) do discípulo for superior à material (Tamásica), ele acabará triunfando percebendo finalmente que tudo não passou de dura lição da Vida para que nunca mais duvide, para que nunca mais se engane. Recebe, no final da “cruel” provação (podendo durar de dias a anos e até mesmo a vidas, dependendo da boa ou má assimilação das experiências realizadas), a coroa de sete pontas da Realeza Divina – a do Segundo Logos – e integra-se, de vez, na Consciência do Mestre que o aceita, e os dois se tornam UM. Daí em diante, o discípulo será a extensão directa do Mestre junto da Humanidade comum e dos candidatos em prova, ou ainda dando os primeiros passos no Caminho da Verdadeira Iniciação.

Essa é a maior lição deste Arcano XIX. As vicissitudes que vêm da Lua (Arcano XVIII) são as provações indispensáveis para conduzir à claridade solar. Só se chegará à luz após o definhamento das trevas com que a maioria se debate através do erro, este que não deixa de ser impulsor na realização das experiências da vida, com maior ou menor fortuna, na conquista da consciência necessária. É necessário, neste ciclo férreo e ferruginoso em que todos estamos, a da Kali-Yuga, que tanto o discípulo como o homem comum se enganem dolorosamente a fim de aprenderem, às suas custas, a arte de discernir o falso do verdadeiro e orientarem-se na direcção do ponto no horizonte donde jorra a luz. As provações da vida terrena não têm outro objectivo senão a instrução de todos nós; cabe-nos tirar proveito dessas lições e a Iniciação será a nossa recompensa.

Para se chegar a ela impõem-se as purificações tradicionais, e nisto entra a Ritualística Teúrgica tanto individual como colectiva. Elas visam transformar as nossas aparências opacas a fim da verdadeira Luz do nosso mundo, aquela proveniente do Sol Interno reflexo do Externo, possa preencher-nos. Dentro da sua irradiação, o Astro-Rei mantém a fixação imutável. Todos os dias, idêntico a si mesmo, ele brilha para todos com imparcialidade. Se alguns souberam aproveitar melhor do que os outros os seus raios benfazejos, é porque souberam desviar-se dos obstáculos que se interpunham entre eles e a pura Luz que aclara os espíritos.

Não se trata de uma luz falsa, mayávica como a da Lua, que empresta contornos enganosos às coisas e não permite distinguir os objectos com toda a certeza. O Sol revela a claridade das coisas e mostra-as tais como verdadeiramente são, despojadas dos véus de toda a ilusão. Diante dele a neblina dissipa-se e os fantasmas esvanecem-se. É assim, com esse sentido, que a Alma encarnada encontra nele (Sol Espiritual) a redenção prometida. Ela fora condenada à luta no seio da matéria com um objectivo, por ela mesma traçado no Plano Causal ou Arquetipal antes de encarnar, que é o da possibilidade da união do Espírito aprisionado na carne (encadeada a esta através da Alma) ao Espírito Universal assinalado no Sol Místico, Mercuriano, Central ou Oculto, o SURYAJ ONIM.

Espírito, Alma, Corpo

Pode-se considerar agora que no Arcano XIX (cujos números romanos também são letras: Xix, Sus, Sol…) o seu simbolismo é límpido. No alfabeto hebraico corresponde a Koph, letra simples masculina de cor carmesim. Simboliza a parte posterior da cabeça, objecto constante da acção do Mental Superior. Hieroglificamente representa a força compressora coerciva do mesmo Mental Superior, expressão directa do Logos Solar através do Logos Planetário.

Os três títulos eruditos deste Arcano, são: Veritas fecunda, Virtus humana e Aurum philosophale. Os quais correspondem aos três processos misteriosos do campo de acção desta lâmina:

– Alcançar a Verdade espiritual, o que corresponde à Opus Magnum no Plano do Pensamento – o Sol na lâmina.

– Adquirir a Virtude espiritual, ou seja, a Grande Obra no Plano do Sentimento – a Muralha na lâmina.

– Manifestar a Boa Vontade no Plano da Acção, equivalendo à realização da Pedra Filosofal neste mesmo Mundo que vivemos – os Jovens na lâmina.

A polaridade da consciência da natureza humana, ou seja, o pensamento e o sentimento, juntamente com a intuição criam a virtude, vindo a manifestar-se como “espírito de boa vontade” entre os homens. Ou por outra, se compreender-se (pólo receptivo) o valor do bem e por ele se for activo (pólo emissivo), praticar-se-á esse mesmo bem como bondade e beleza.

Se acreditar-se no Avatara futuro como Salvador de homens e de anjos, ou seja, CHENRAZI AKTALAYA MAITREYA, o CRISTO UNIVERSAL, e para esse desiderato trabalhar-se com amor e sabedoria afincadamente despertando-O primeiro em si próprio a fim de O reconhecer externamente, e dar-se mais valor ao Espírito do que à Matéria que ele coordena, assim mesmo ligando-se mais às causas imperecíveis do que aos efeitos perecíveis, então se alcançará a Verdade espiritual.

Se vencer-se a si próprio, sendo inflexível para consigo mesmo e flexível para com os demais, nunca impondo e sempre propondo o necessário à respectiva evolução, pautando a misericórdia e compreensão, então se adquirirá a Virtude espiritual.

Se dirigir-se a força moral da Humanidade para o cumprimento da Lei Suprema, irá manifestar-se o “espírito de boa vontade” em todos e todos terão dado o primeiro passo para serem sábios e amorosos, enfim, serem humanas “pedras filosofais” pelo Espírito, e “pedras cúbicas” pela Alma desbastadas das “pedras brutas” dos Corpos, e todos viverão em pleno a Essência Solar.

Os jovens que se confraternizam sob o Sol, na lâmina, correspondem igualmente a Gémeos, constelação trazendo os dias mais longos (no hemisfério norte). A sua presença remete não só à tradição egípcia dos irmãos Hórus e Harpócrates sob o iluminado Olho de Rá, mas também aos dióscuros Castor e Pólux, que embora sendo do mesmo sexo na mitologia grega na realidade são um donzel e uma donzela. O simbolismo não é afectado, pois o novo Adão e a nova Eva do Arcano XIX permanecem fortemente acomodados à lira de Apolo que é o principal atributo dos filhos de Leda, Polideuces e Helena procedentes do mesmo Ovo d´Oiro (Hiranyagarbha, o radiante, o áureo Ovo ou Matriz do Universo) posto por Zeus forma de cisne, símbolo da Luz resplandecente ou da luminosa névoa de fogo do Universo contendo o Espírito de Brahma, o Pater Omnipotens.

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É de se lamentar a falta da lira na lâmina, pois é pela harmonia dos seus acordes conseguidos pelo poderoso artista – Orfeu – que as pedras se animam e unem umas às outras, como aconteceu na hora alegórica da construção das muralhas de Tebas, a cidade santa, só pelos efeitos dos encantamentos de Anfior. A parede da Muralha da Paz se reconstruirá por si só, com a ajuda das matérias animadas, obedecendo às solicitações musicais da Grande Arte, cuja magia desperta o Homem Obreiro (Purusha) adormecido no Homem Matéria (Prakriti). Pedras viventes, os homens organizam-se sob os acordes da lira indo unir-se harmoniosamente, e dessa união nasce o edifício sagrado da civilização definida pelo conjunto humano.

Trabalhando a substância humana, a efectiva matéria primordial da Grande Obra, os jovens sob a Luz transmutam o chumbo vil das bases instintivas em puro ouro moral e intelectual. De um ignorante inteiramente egoísta, eles esforçam-se em fazê-lo um sábio ansioso por entrar em harmonia com a Vida, para poder viver plenamente a Beleza. Artistas amorosos da Arte, eles trabalham com alegria, felizes em produzir. Eles reconquistaram o paraíso de dentro de si para o seio da Mãe-Terra, porque amam o Trabalho, a Obra Divina (TEURGIA) a que estão livremente associados de maneira a contribuir para o desmantelamento do caos humano, em conformidade às suas intenções criativas de destruens et construens. Toda a Humanidade haverá de retornar ao Éden perdido, desde que aceite a tarefa de criaturas condenadas ao trabalho, não por punição mas por necessidade de evolução, pois ninguém poderá reerguer-se da decadência animal ou anímica (herança funesta da Cadeia Lunar) se não consentir em trabalhar com toda a sua vontade, por gosto e amor. De escravos constrangidos ou posteriores mercenários enfurecidos, os homens se transformam em artistas livres, construtores livres ou franco-maçons realizadores do Plano do Supremo Arquitecto, pela compreensão inspirada da inelutável Lei da Vida que é a do Trabalho.

É preciso trabalhar para alcançar o SOL (ATMÃ UNIVERSAL), que é dizer, alcançar a Luz da Iniciação. Neste Arcano há severas concordâncias com a lenda maçónica do Grau de Mestre. Com efeito, quando o dia se eleva no espírito Hiram Abiff é reencontrado num sono profundo (paranisphânico ou paranirvânico, monádico), indo aparecer aos Mestres Obreiros após despertar. Eles reúnem-se, com efeito, a fim de pôr em acordo comum a sua inteligência e a sua afeição. Hiram é ressuscitado para que o seu pensamento encontre uma nova expressão (Palavra Perdida substituída) e as suas aspirações construtivas animem todos os corações.

O Tarot de Carlos IV e outros posteriores apresentam sob o Sol uma graciosa donzela sentada ou em pé, segurando uma roca onde parece fiar para os homens um destino menos sombrio que aquele com que as Parcas os presentearam. Outras variantes, apresentam a figura de um cavaleiro apocalíptico lançando-se através de chamas, sob o abrigo do estandarte desfraldado da fé solar.

Pode o Tarot, como Livro e Caminho de Iniciação, reconduzir à Sabedoria desorientados que conseguiram uma idade de riqueza pela violência! Os ódios cegos mantidos pelos fanáticos das lutas de classes, não fazem mais que agravar a miséria humana. Só o espírito solar de inteligência e fraternidade poderá realizar a felicidade no mundo, pela cooperação harmoniosa dos antagónicos psicossociais; conciliação pelo discernimento ou compreensão recíproca. Porém, os argumentos que não se endereçam pela inteligência não possuem o dom de comover as almas para se aproximarem e unirem. Mas, ainda assim, o que religa é religioso e parte do coração muito mais que do cérebro, donde a importância das fiadas de pedras azuis horizontais sobrepostas às amarelas verticais na muralha da civilização, como está exposta na lâmina. Elas referem-se à religião do Sol professada pelos sábios, que insatisfeitos com a existência friamente aclarada enchem-se de calor generoso, estimulante de actos de uma constante beleza moral.

Sábios são os Adeptos Perfeitos. A fortuna de que gozam não os deixa encantados, por serem eles quem a criam. Longe de toda a beatitude egoísta, admiram nos artistas a Obra de Deus e a eles se associam por toda a sua existência, na vibração de tudo que é capaz de vibrar neles ou com eles. Discernindo o Bem, o Bom e o Belo, eles conduzem a Luz redentora ao seio da confusão tumultuosa nascida do choque cego das paixões humanas. Participando da Grande Obra de Redenção universal, eles contribuem para reerguer o Homem da sua Queda Original e, trabalhando com afinco, para o reintegrar na sua dignidade de Ente divino.

O par de jovens na lâmina designa o Andrógino em separado no acto da manifestação, os Gémeos Espirituais (Deva-Pis) em acção na Terra como reflexo do Andrógino unido no Mundo Celeste, portanto, em “liberdade condicional” relativamente àquele. Eles são, na Obra do Eterno na Face da Terra, HENRIQUE E HELENA (EL RIKE E EL LENA), o aspecto inferior do superior AKBEL E ALLAMIRAH tendo permeio MAITREYA E LAKSHAMI, como seja:

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MAITREYA, o BUDHA CELESTE Avatara de BRAHMA, como Uno-Trino ou Senhor dos Três Mundos vem a desdobrar-se em APAVANA-DEVA, o BUDHA HUMANO Avatara de VISHNU, como a Sua própria Alma, e em MITRA-DEVA, o BUDHA TERRENO Avatara de SHIVA, como o Seu próprio Corpo, pelo que se apresenta:

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Eis aí, do Presente para o Futuro imediato, o Equilíbrio do Andrógino no Aprisionamento da Libertação. Uraniano Perfeito ou Perfeito Andrógino em separado no Plano da Humanidade, mas sendo um só Andrógino Primordial unido no Plano da Divindade que, afinal, é Ele mesmo em Essência, a Essência do Segundo Logos contendo em Si o Imanifesto Primeiro Logos.

Hoje, vibrando nas suas Consciências Celestes no Mundo do Logos e agitando-se na Consciência Terrestre do Avatara Universal em Shamballah, tem-se os Gémeos Espirituais HENRIQUE E HELENA constituindo o SOL ÚNICO do NOVO PRAMANTHA A LUZIR junto da Humanidade, sinal promissor de uma Nova Era de Paz e Redenção para o Mundo. Por tudo isto, este é o Arcano do Avatara a quem louvamos:

LADACK, SOL MÍSTICO SURYAJ ONIM!

DO DEUS ÚNICO SOIS A REALEZA

QUE VIBRA NO UNIVERSO COM FIRMEZA.

SOIS A ESTRELA ÚNICA, O SANTÍSSIMO THEOTRIM!

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