Sintra, 28.9.2016

Tremulando ao vento sul sob as estrelas do Cruzeiro numa “dança a mais grácil”, a bandeira da cidade sul-mineira de São Lourenço justifica bem por via dos seus símbolos heráldicos o estatuto desta estância hidromineral ser Terra Privilegiada e, pela estampagem das Armas em cuja caderna direita figura a Grã-Cruz da Ordem do Santo Graal, mais que isso: possui todos os foros de Terra Sagrada.

Escusando-me a dar somente a leitura convencional dos símbolos heráldicos da bandeira sanlourenciana, juntarei aos mesmos a interpretação iniciática segundo os ensinamentos teosóficos do Professor Henrique José de Souza que, desde muito cedo, fixou esta cidade como centro de um Sistema Geográfico, abarcando boa parte do Sul de Minas Gerais, indo predestiná-la a Capital Espiritual do Brasil, e mesmo na futura 7.ª Raça-Mãe Atabimânica, cujas sementes monádicas já estão sendo lançadas ao terreno da evolução sobre a Terra na cada vez mais se manifestando 7.ª Sub-Raça Ariana, consignada a Capital Espiritual do Mundo.

Actualmente, a cidade de São Lourenço ocupa uma área geográfica de 58,019 quilómetros quadrados, estando distante de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, 382 quilómetros. A altitude na área central da cidade, prolongamento ctónico da vizinha Serra da Mantiqueira, é de 888,72 metros. A cidade integra a microrregião de São Lourenço – fazendo parte do Circuito (Turístico) das Águas – e faz divisão com os Municípios de Soledade de Minas, Carmo de Minas, Pouso Alto e São Sebastião do Rio Verde.

Escreveu Roberto Lucíola (in Terra Jina de São Lourenço – Caderno “Fiat Lux” n.º 36, Agosto 2003): “Segundo os historiadores, em pleno século XVII os audazes e ambiciosos bandeirantes procuraram transpor a Serra da Mantiqueira e chegar à bacia do Rio Verde, encontrando porém a resistência dos ferozes índios cataguases, que eram tão numerosos que o actual Estado de Minas Gerais na época chama-se de Campos Gerais dos Cataguases, nome que desapareceu depois de criada a Capitania de Minas, separada de São Paulo em 1720. Em 1675, Lourenço Castanho Tazques conseguiu vencer os indígenas e internando-se pelo sertão, fundou na região um pequeno acampamento que ficou conhecido como Pouso de Lourenço, que por influência de um cidadão de nome Mendanha, de quem pouco se sabe a respeito, passou a chamar-se Sítio do Mendanha.

“No início do século XIX João Francisco Viana comprou essa propriedade, e o seu filho António Francisco Viana, famoso caçador, descobriu nela as miraculosas nascentes de águas minerais que brotavam fartas da terra. Em virtude desse acontecimento, a região passou a ser conhecida desde então pela denominação de Águas do Viana. Outro grande pioneiro na fundação e expansão de São Lourenço foi o comendador Bernardo Saturnino da Veiga em 1889, que incumbiu um sobrinho, capitão José Pedro da Costa, de estudar a possibilidade de industrialização das águas minerais. Foi assim que São Lourenço deixou de ser um lugar perdido no mapa em 1891, quando recebeu o actual nome e tornou-se, em 14 de Dezembro de 1891, Distrito do Município de Silvestre Ferraz, hoje Carmo de Minas. Já antes, no dia 10 de Agosto do mesmo ano, dia consagrado a São Lourenço, erigiu-se uma cruz no alto de um monte e celebrou-se a primeira missa, iniciando-se em seguida a construção da Ermida do Bom Jesus do Monte, para em seguida construir-se a Igreja de São Lourenço Mártir. Como vemos, o nome Lourenço está presente em toda a história do Município.

“A história do Parque das Águas confunde-se com a própria História de São Lourenço. As suas águas minerais já eram conhecidas desde o início do século XIX. Na propriedade de João Francisco Viana, o seu filho António Francisco Viana descobriu uma fonte de água mineral muito pura e cristalina de raro valor. Além de muito saborosa a água tinha a propriedade de curar diversas enfermidades, logo ficando famosa em toda a região. Em 1890 o comendador Bernardo Saturnino da Veiga adquiriu a propriedade, e nela fundaria a partir de 1889 a Companhia de Águas Minerais de São Lourenço. Em 1905, Afonso França adquiriu a propriedade e industrializou as águas, o que tornou São Lourenço conhecida nacional e internacionalmente.”

A internacionalização da fama de estância hidromineral propagou-se imparável a partir de 1894, quando os caminhos de ferro chegaram à cidade – trazendo e levando numerosos termalistas brasileiros e estrangeiros – e se construiu uma modesta estação de madeira. Em 1 de Abril de 1927, nasceu geopoliticamente o actual Município de São Lourenço, sendo que o seu principal atractivo é o Parque das Águas com as suas originalmente sete fontes de águas minerais, sendo que a de uma delas só tem similar na França, em Vichy.

10514722_549280845176805_242593420801706111_n1Em tudo isso se revela a natureza “andrógina” da bandeira autárquica de São Lourenço que, dentre os sete Sistemas Geográficos dispostos estrategicamente no Mundo, revela-se bem como 8.º Sistema síntese dos demais, algo assim como um 8.º Chakra ou Centro Vital do Globo espécie de “pêndulo” cardíaco que os Iniciados orientais chamam Vîbhuti. Com efeito, do lado esquerdo do pano tem-se a faixa azul (direcionada à fonte no brasão, simbólica das 7 Águas Primordiais ou Pardas) e do direito a faixa vermelha (direcionada à grelha hagiográfica do martírio de São Lourenço – Lug, Lux, Luz – a quem Juan Atienza não se escusa consigná-lo de “santo graálico”), tendo ao centro a faixa branca onde se estampa o Brasão d´Armas sanlourencianas. O dístico com a legenda latina AQUA VITAE IGNIS FIDEI (“Água da Vida, Fogo da Fé”), feche o conjunto com o subentendido da dita natureza “andrógina” onde Fogo e Água, os Elementos Primordiais da Criação como Pai-Mãe Cósmico, se apresentam.

Isso mesmo deixou escrito com o próprio punho o Professor Henrique José de Souza, fundador da Sociedade Teosófica Brasileira (1928-1969), em 1931, no antigo álbum de visitas do Hotel Miranda, em São Lourenço, cujo texto transcrevo na íntegra:

“Hoc opus, hic labor est”, disse a Sibila de Cumes a Eneas, explicando a dificuldade que há em se sair do Inferno (Eneida, de Virgílio).

“Quando a Sibila de Cumes se refere ao Inferno, não se trata daquele terrível lugar onde vão penar no “fogo eterno” as almas das criaturas pervertidas por falta de Luz – mesmo porque tal lugar não passa de um mito criado por cérebros doentios, que concebem um Deus-Pai inimigo de seus próprios filhos e como tal… um Deus vingativo!…

“A palavra inferno provém de in-fera (lugar inferior), que outro não é senão este baixo ou inferior mundo de misérias, onde a maioria dos homens se debate nas horríveis chamas de uma consciência intranquila!…

“É aí, pois, onde as dificuldades se apresentam a cada passo… desde que o homem se encontre diante de um problema difícil de ser resolvido!

“Agora mesmo, grande, enormíssima é a minha dificuldade em aceder ao pedido que me fez o Sr. J. Miranda de deixar neste álbum as minhas impressões no momento justo em que a minh´alma genuflexa não encontra palavras para expressar os seus sentimentos.

“A primeira vez que pisei neste solo abençoado foi em 1921, quando atendendo à Voz Interna ou da Consciência… busquei este recanto maravilhoso da nossa Pátria, onde a Natureza – em eterna festa – não cessa de cantar os seus reais valores.

“A segunda vez, foi no ano passado (1930) – faz onze meses apenas – mortificado por uma SAUDADE INTENSA deste abençoado lugar onde grande parte de meu ser aqui vivia e sonhava mistérios, que as humanas criaturas não podem desvendar – e por isso mesmo rever lugares que me são muito caros!…

“Porém, como já foi dito – das três vezes, foi a actual e mais difícil de ser relatada. Vimos render homenagens ao sacrossanto lugar onde há dez anos o FOGO SAGRADO, descendo sobre a “Sarça Ardente” – tal como aconteceu a Moisés – assim me falou:

“Detém-te aqui! Este é o lugar santificado pelos deuses invisíveis… os quais doravante guiarão teus passos pela grande Vereda da Vida… onde outros homens fatalmente te seguirão!…

“Para aqueles que te não compreenderem, este Fogo Misterioso – que outro não é senão o da Sabedoria – continuará sendo o “Ígneo Elemento” que, pelo formidável metabolismo ocasionado no Seio da Mãe-Terra, se converte em ÁGUAS MIRACULOSAS que curam e aliviam os sofredores do corpo, enquanto que o outro é o Verbo Solar ou Divino que outras privilegiadas bocas, no Passado, no Presente e no Futuro curaram e curarão sempre os doentes do Espírito!…”

“E a Voz do “Ígneo Elemento” continuou:

“Toma as tuas ferramentas de Obreiro do “Edifício Humano”, pois dentro em pouco darás início à construção de um outro Edifício de grandeza inconcebível – que os “deuses imortais” desejam seja Ele erguido neste privilegiado País… que vai abrir uma nova página na História das humanas civilizações.”

“E… a Voz emudeceu, fazendo-se ouvir apenas o ruído enigmático da Natureza sempre em festa!…

“E… os anos passaram e foi construído o gigantesco Edifício – que outro não é senão a Sociedade Teosófica Brasileira – com sede em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, e hoje disseminada entre alguns Estados da União – por meio de suas Lojas ou Ramas.

“Nada lhe falta, nem mesmo o Zimbório – invisível a olhos profanos, mas cujos vitrais rasgados pelos raios do Sol escrevem na nave do Templo sumptuoso, em letras de Fogo, as lutas e sacrifícios sustentados por uma plêiade de Homens… que se deram em holocausto pela Humana Causa!…

“E os deuses exultaram de contentamento, por verem assim realizados os seus próprios desejos, isto é, aqueles de há muito apregoados pelos seus fiéis mensageiros: “Que o Brasil – na sua majestática grandeza… seria um dia a “Terra da Promissão” ou a “Nova Canaan”… onde todos os povos do Mundo encontrariam abrigo seguro contra as terríveis tempestades que se têm desencadeado sobre o mesmo!…

“E… os primeiros albores desta Nova Era de Paz, Sabedoria, Amor e Justiça entre os homens da Terra… foram anunciados pela Sociedade Teosófica Brasileira – como Sol Espiritual que é de nossa Raça vitoriosa!…

“ITA DIIS PLACUITI! (Assim aprouve aos deuses).

“Desse modo foi solucionada a dificuldade única para desperdiçar algumas páginas deste livro com as minhas pobres garatujas!…

“No entanto, desde já temos que pedir ao Sr. Miranda desculpas pela grande maçada que estas linhas lhe vão ocasionar, quando os seus futuros hóspedes insistirem em saber – ao manusearem este álbum – “quem é o visionário que escreveu tão esquisitas e desvaliosas cousas, com isso mesmo utilizando várias páginas deste álbum”. Aconselhamo-lo, porém, a que não tenha acanhamento em conservar o máximo silêncio… deixando ao sussurrar da brisa que responda por si estas enigmáticas palavras: EGO SUM QUI SUM!

“Com a gratidão e amizade de Henrique José de Souza, Presidente da Sociedade Teosófica Brasileira. São Lourenço, 28.08.1931.”

Sol e Lua, Fogo e Água, Pai e Mãe, Rei e Rainha Coroados expressos como o duplo Leão heráldico “ex-libris” sanlourenciano, isso se representa no tema iconográfico do Rebis alquímico ilustrado pela sigla V.I.T.R.I.O.L. que tem a sua máxima expressão viva nesta mesma Terra Jina de São Lourenço.

Pois bem, tem-se o Parque das Sete Águas a ver com a “Água da Vida” (Acqua Vitae), ele a estância hidromineral considerada a melhor da América do Sul, senão de todo o continente americano, e que na bandeira tem a sua representação na cor azul que é feminina (Rajas). Sobre essas sete fontes originais já escrevi na minha História Secreta do Brasil – Flos Sanctorum Brasiliae (Madras Editora, São Paulo, 2004), e o saudoso amigo Roberto Lucíola teve ocasião de referir-me sobre o assunto (in ob. cit.):

“Segundo o historiador e Iniciado português Vitor Manuel Adrião, dirigente da Comunidade Teúrgica Portuguesa, o Fogo Purificador dos Sete Raios Planetários transforma-se em Águas Redentoras expressas nas Sete Fontes ou Pardas do Parque das Águas de São Lourenço, provindas do elemento ígneo do Caijah transformado em líquido pela séptula natureza química do Lago de Mekatulan. Afloram assim à Face da Terra Prometida, a Nova Canaã, nas quais os doentes do corpo e da alma encontram cura e consolação. De maneira que se tem a seguinte correspondência planetária das sete Fontes hidrominerais do Parque das Águas:

SOL – Fonte n.º 1 Oriente – Gasosa

LUA – Fonte n.º 2 Andrade Figueira – Magnesiana

MARTE – Fonte n.º 3 Primavera – Ferruginosa

MERCÚRIO – Fonte n.º 4 Alcalina – Alcalina gasosa, bicarbonatada mista

JÚPITER – Fonte n.º 5 Vichy – Alcalina

VÉNUS – Fonte n.º 6 José Carlos de Andrade – Carbogasosa

SATURNO – Fonte n.º 7 Jaime Souto Mayor – Sulfurosa

Ao mesmo tempo e a completar, tem-se o Orago São Lourenço como santo solar desta Terra Iluminada que na bandeira se assinala na cor vermelha que é masculina (Tamas). Nisto, acaso quem nunca se deslumbrou com as alvas e os crepúsculos maravilhosamente divinais que enfeitam o céu de São Lourenço, prolongamento discreto da Serra da Mantiqueira?…

Essa Luz (Tejas) e essa Água (Apas) dão uma ambiência toda especial ao lugar dotando-o de qualidades terapêuticas químico-etéricas verdadeiramente singulares. Sim, a Energia Etérica aí se sente mais e cujo respectivo Chakra disseminador da mesma (localizando-o em Itanhandu) causalmente é animado por uma combinação de Rajas (Azul) com Tamas (Vermelho), donde resulta a cor violeta da sua tónica afim à Lua, faceira e benigna.

A cor violeta é a esotérica do satélite da Terra, posto que a exotérica ou à vista de todos é a branca. Nisto temos a faixa central ou mor da bandeira carregada com as Armas. Mas que tem a ver a Lua benigna com esta cidade solar? Tudo, e nisto reside o maior mistério.

Conforme revelou o Professor Henrique José de Souza, reconhecido por Teúrgicos e Teósofos como Venerável Mestre JHS, sob São Lourenço discorre o Túnel Luz de Chaitânia que liga todos os Postos Nacionais e Internacionais entre si, desde a Face da Terra até Shamballah e vice-versa. Em sânscrito, Chaitânia significa precisamente “Lua”, neste caso, a “Luz da Lua Oculta”, nome figurativo da própria Agharta, logo, Luz de Agharta que é a “Lua Oculta” satélite do “Sol Oculto” da Terra que é Shamballah, ou por outra, o Mundo de Agharta com as suas 7 Cidades ou Cantões cuja 8.ª capital é Shamballah, o “Laboratório do Espírito Santo” nas escrituras teosóficas.

De maneira que a influência da Lua sobre a Terra apenas reflecte o que nela se projecta espacialmente, qual speculum magicum, “espelho mágico”, desde Agharta. Neste caso, a Terra será “lunar” interiormente e “solar” exteriormente, o que se representa no Manu da 7.ª Sub-Raça Ariana assinalado pela Montanha Sagrada Moreb de São Lourenço: Lourenço Prabasha Dharma.

Moreb, termo de origem hebraica, foi interpretado pelo Professor Henrique José de Souza como “Montanha que Ouve” e “Montanha que Vê”, ou “Montanha que Ouve e Vê”. Representa a última das 7 Montanhas Sagradas do Mundo marcando o final do Itinerário de Io ou da Mónada peregrina no presente Ciclo evolucional desta 5.ª Raça-Mãe Ariana, a partir do qual se inaugurará um novo período antropogénico da Evolução Humana. Para dinamizar a marcha evolucional do Presente para o Futuro assim dando solução de continuidade a este, o Professor Henrique José de Souza fundou o Sistema Geográfico Sul-Mineiro, acerca do qual tive oportunidade de escrever no meu Prefácio ao livro de Oriental Luiz Noronha, São Thomé das Letras e o Mundo Subterrâneo (Madras Editora, São Paulo, 2003):

“O Professor Henrique José de Souza é universalmente considerado o Fundador das 7+1 Cidades Sagradas ou Lugares Jinas do Sistema Geográfico Sul-Mineiro. Mas a informação está incorrecta, porque se assim fosse ele teria inventado algo!… O que fez foi somente retomar e readaptar a um novo Ciclo de Humanidade as energias subjacentes a esse mesmo Sistema, existente desde há milhares de anos. Um Mestre verdadeiro não inventa sobre o nada e não fantasia ao sabor do delírio, antes cria algo novo no Presente retificando o que foi feito no Passado, e tudo em conformidade à Evolução geral para o Futuro. É assim que acontece a marcha precessional do Género Humano com o seu Guia ou Manu à dianteira.

“As 7+1 Cidades Sagradas do Sistema Geográfico Sul-Mineiro assim se dispõem com os atributos seguintes:

1.ª Pouso Alto – Ceçary (“Olhos que Choram”) – Alquimia e Química – Saber – Sol – Mikael.

2ª Itanhandu – Inhacundá (“Corrente Sinuosa”) – Arte e Poesia – Beleza – Lua – Gabriel.

3.ª Carmo de Minas – Araçaranã (“Peito do Mundo”) – Política e Ética – Bondade – Marte – Samael.

4.ª Maria da Fé – Ia-Passê (“Terra do Meio”) – Mecânica Universal – Pureza – Mercúrio – Rafael.

5.ª São Thomé das Letras – Tassu (“Mundo dos Deuses”) – Literatura, Prosa e História – Riqueza – Júpiter – Sakiel.

6.ª Conceição do Rio Verde – Itiquirá (“Água Vertente”) – Filosofia e Religião – Ventura – Vénus – Anael.

7.ª Aiuruoca – Ajur-Loka (“Caverna da Luz”) – Teurgia e Taumaturgia como Medicina Universal – Sublimação – Saturno – Kassiel.

8.ª São Lourenço – Coaracy ou Zoaraci (“Sol Central”) – Conhecimento Universal – Síntese – Eterno.

“Cada uma dessas Cidades sobre o solo da Terra relaciona-se com uma Cidade Subterrânea do chamado Mundo de Duat, que vem preparando Sistema Geográfico Sul-Mineiro há cerca de 1000 anos para a Era que agora alvorece no horizonte do Mundo, e as quais são a soma cabalística da projecção ou manifestação no Globo de Sete Consciências Espirituais cuja resultante ou Oitava será a do futuro Avatara Maitreya, o Cristo de Aquarius, que nessa parte do Mundo dará início a uma Nova Civilização, a da Raça Dourada, Cristina, Crística ou a do mesmo Bem-Aventurado Nosso-Senhor Maitreya.”

Colossal e também sacrificial mas sempre sublime Obra de Construção do Futuro no Presente, desde o ponto final da Evolução Ariana que é São Lourenço e as suas sete cidades-satélites, pelos motivos proferidos e muito mais ainda, levaria o Mestre JHS a proferir em Carta-Revelação de 19.6.1962 escrita na cidade de São Paulo (in Livro da Reconstrução do Pramantha do Ciclo de Aquarius – II):

“Sim, nós temos que trabalhar muito, muitíssimo, mesmo que Eu estando em Moreb, no corpo de Rabi-Muni, intuindo os mais adiantados, mas que Eu queria que todos fossem do mesmo quilate, e não com a liga pesada do chumbo tamásico da Terra. Sim, pelo amor à Obra, pelo amor aos Deuses, procurai ser idênticos a Mim para serdes idênticos a essa mesma Obra, que é a do Deus donde viestes e para aonde tereis de ir, primeiro para o 5.º Sistema, depois para o nosso com Superação em São Lourenço, finalmente para o 7.º e Ponto Final vibratório, pouco importa em sua mudez perene, pois que tem por forma vital ou centro dual ou polar: Fohat e Kundalini. Agarrai-vos de unhas e dentes na Yoga Akbel, que é a Escada que conduz aos páramos da Glória. A todos o meu saudoso abraço.”

Rabi-Muni é a Síntese Cósmica personalizada das experiências das 4 Rondas por que passou e passa a presente 4.ª Cadeia Terrestre sob a direcção do Deus ou Maharaja Vaisvarana, afinal o Criador dessa mesma “Forma-Pensamento” que é Rabi-Muni tantas vezes tendo servido de veste artificial ao Supremo Senhor Akbel na sua expressão humana JHS que com ele se encontrou diversas vezes no Parque das Águas, onde os residentes mais antigos acaso ainda se lembrarão da sua figura imponente a quem chamavam de “Ermitão do Parque”.

Página inaudita da História da Obra em São Lourenço é o acontecimento de transcendental importância ocorrido na data de 28 de Setembro de 1921 com os Gémeos Espirituais Henrique José de Souza e Helena Jefferson de Souza, tendo-lhes o Eterno aparecido na forma do Cavaleiro das Idades Akdorge, projectado Causalmente no espelho akáshico da Matéria, vindo dar foros de legitimação a essa taba brasílica como verdadeira Terra Santa porque visitada por Deus. Foi não uma mas três Aparições consecutivas, correspondentes a outros tantos Mistérios e Revelações, como sejam:

1.ª Aparição – Junto à cancela da já desaparecida Pensão São Benedito, e logo uma fogueira foi armada;

2.ª Aparição – Na parte de baixo da Montanha, quedando eles e suas montadas, calando toda a Natureza em muda oração, defronte para a Divindade;

3.ª Aparição – Na parte de cima da Montanha, assim ficando Sagrada. Logo acenderam um alvo círio defronte a duas árvores servindo de colunas do altar da Natureza e, genuflexos sobre o granito sobressaindo da terra elevada, ambos pronunciaram solenemente o Juramento ao Eterno de levar avante pela vida fora a Sua Obra Divina.

As três Aparições terão os seguintes significados interligados:

Satva – Rajas – Tamas correspondem às qualidades subtis da matéria dos Três Mundos Celeste – Humano – Terreno das quais se reveste o Supremo Senhor dos mesmos, MAITREYA, manifestado como AKDORGE, o Paladino de Deus.

Tudo razões mais que suficientes para em 24 de Fevereiro de 1949 o Professor Henrique José de Souza inaugurar no Monte Verde (também chamado “Morro da Esperança”) desta cidade de São Lourenço o Templo da Sociedade Teosófica Brasileira, de quem era fundador e presidente, consagrando-o ao Cavaleiro das Idades e a todas as religiões do Mundo, na mais ampla e fraterna manifestação de espírito ecuménico. Daí para cá, a Ordem do Santo Graal no Brasil, igualmente fundada pelo Professor Henrique, tem aí o espaço privilegiado das suas realizações ritualísticas a favor de São Lourenço, do País e do Mundo.

Decretou a Lei que tudo e a todos rege que São Lourenço fosse Terra Jina, visitada por deus e os deuses, tendo como corolário da Obra Divina três Monumentos determinantes desse facto, cujo sentido último revela-se inteiramente distado de todas e quaisquer limitações humanas e conflitos de personalidades, como sejam:

Volvendo às cores da bandeira sanlourenciana, tem-se assim:

Cor AZUL – Água, Lua, Chaitânia, Mekatulan, actividade interna e passividade externa, Princípio Feminino ou Mulher (em grego, Gyney) corporificando o Segundo Trono Celeste e a Fohat penetrando o Akasha, a Electricidade Cósmica – Fogo Frio – fazendo trepidar o Éter.

Cor VERMELHA – Fogo, Sol, Moreb, Terra, actividade externa e passividade interna, Princípio Masculino ou Homem (em grego, Andros) corporificando o Terceiro Trono Terrestre e a Kundalini animando a Prakriti, o Electromagnetismo Cósmico – Fogo Quente – agregando a Matéria.

Cor BRANCA – Síntese de todas as cores, a que une os opostos e logo a Andros+Gyney, dando o Andrógino Alado do Futuro que hoje mesmo já se constrói sob o lema graalístico Adveniat Regnum Tuum (“Advenha o Vosso Reino”), cuja Grã-Cruz fixa-se na Insigne e Leal Bandeira de São Lourenço. Esta cidade, sendo esotericamente a síntese de todos os 7 Sistemas Geográficos estrategicamente distribuídos no Mundo, como 8.º Sistema só podia ter a cor branca no centro do pano da bandeira, expressiva da Mãe Divina trazendo à Terra o Reinado do Espírito Santo, ou seja, o Quinto Reino Espiritual das Almas Superadas, o que também é augurado na Pomba presente no mesmo pano.

Por todas essas razões e muitas mais outras por revelar um dia, SÃO LOURENÇO é o LAUREADO, o LAURENTUS, mas também a LAURENTA como Arcano 22 marcando o final do Itinerário de Io na presente 5.ª Raça-Mãe.

Salve São Lourenço, Aqua Vitae Ignis Fidei!

Salve Mantiqueira, Mantikira, Manteigueira, esta a conservadora da lacticínia (lactes, lanes, lunes, lua…) manteiga que mais que amarela é dourada, como a Raça do Futuro já hoje Presente!

Salve Filhos e Filhas amantíssimos de São Lourenço, cujos esforços se unem em torno do Santo Graal de todas as Idades, de todos os Manus em volta de um só: EL RIKE!

BIJAM